sexta-feira, 31 de julho de 2009

Peter Pan

Toca o telefone.
A: Alô. Vamos fazer uma festa?
G: Como assim? Onde? Quando? Quem?
A: Agora. Vamos chamar uma galera e levar um violão. Eu acho que eu descobri uma passagem.
G: Passagem?
A: É. A passagem pra Terra do Nunca. Vai ser divertido.

A Terra do Nunca? Essa eu NUNCA FUI.

Velvet Underground

G: Ouvindo tango ele acelera. Não rola a velocidade. Bate no volante dando o tranco nos cavalos. Buzina quando as vê e grita - gatas!

G: Um cara diz que colocaram álcool em gel no seu trabalho.
A: Nada mais surreal que isso. Estamos comendo pipoca em um bar.
AG: Amanhã tenho que acordar cedo. Trabalho com mármores e granitos.
A: De onde vem os mármores?
AG: Das jazidas.
G: Lembrei dos jazigos, morri!
AG: Gosto diferente o da pipoca, bom.
A: Vamos pegar mais uma pipoquinha dessa?
G: Certeza!
A: Eu li um livro. Tive uma pira e cheguei no andrógino. Caralho, que é que eu queria falar? João e Maria comiam amendoins andando na floresta, as cascas jogadas eram o caminho de volta.
G: Tá e daí?
A: O fio: duas crianças conversam entre si por duas latas e um fio esticado.
G: Corda bamba. Palavras ao vento, ao tempo, ao homem que se ama.
A: Aonde perdemos o nexo?
G: No tempo.
A: Então me dá um cigarro da latinha.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

O trivial do dia atípico

A: Ontem fui comprar uma sunga e um óculos. Fiz o teste médico, tive que ficar de cueca, tranquilo, o cara pegando minhas gorduras, extremamente sensual. E hoje ficar de sunga foi sensacional. Vamos conquistar várias garotas fazendo natação. Depois li sobre tuberculose e cancerígenos, e o tuberculoso é romantismo puro. Toquei violão, achei fantástico, doeu os dedos; entrei em depressão.
G: Foi, foi - como é que era? Era isso que eu queria dizer. Acordei dormindo, não despertei até agora na verdade.
A: Que horas são?
G: São 22:00. Dor, calafrio, sensação ruim, falta de oxigenação no cérebro - muito cheiro de álcool etílico! Tá todo mundo passando álcool na mão. Maço de cigarro - choro, soluço, pão doce e esmalte fúnebre. Depois: uma decisão que não pode ser tomada - e aí uma reticência gigante. A pergunta é: o que você quer fazer nos seus próximos dez anos? Hoje, lavar muita roupa suja minha - de dentro: metáfora.

G: A gente podia discursar numa próxima sobre sinônimos, homônimos, 'paranônimos'!
A: Oxímoros - ah, comprei uma gramática.
intensas gargalhadas


linguagem oral, conversa, totalmente oral. você compreende? há necessidade de arrumar? mas, porque? a gente quer arrumar? nunca quizemos. talvez por tentar organizar e dar nexo a tantas idéias e histórias que não temos documentadas. e talvez por isso o peso da existência seja tão grande! e por hoje é o fim do começo!

Com conhaque

G: Hoje dava um belo texto suicida.
A: Você não leu meu último texto?
G: Acho que tu me mandou pelo MSN.
A: O da criança suicida?