sábado, 1 de agosto de 2009

Conexões sem fio

A: Eu tava no restaurante indiano, mongueando, lendo um livro de metodologia científica. Meditando sobre como assimilar o livro e o que deveria guardar dele. Quais seriam as ferramentas, os utilitários para uma próxima leitura. Sem foco as páginas vão virando e nessa bruma desfocada avisto um casal vindo em minha direção.
AG: Você por aqui? O que você tá lendo?
A: Sabe que eu nunca gostei de responder essa pergunta. Porque eu não consigo sintetizar minha leitura.
G: É intimamente pessoal. Eu sempre grifo o que estou lendo e só assim absorvo o que eu sentia no momento.

G: A gente vomita em cima dos 'cara'. Não dá tempo de eles exporem as idéias deles. Não dá tempo de perguntar, de responder. Nossa idéia é fixa e pré-concebida.

A: Eu cheguei e comprei uma água. Perguntei se ela queria degustar.
AG: Isso não tem como degustar, é insípido.
A: E se minha mãe falava em diminutivo e eu a criticava que já era adulto?
G: O diminutivo nos torna menos adultos?

G: A gente vai perdendo o fio da meada.
A: O que que é meada? Porque o fio eu já perdi.
G: Você já perdeu tudo aqui. Bah, esqueci do conhaque.

G: O que eu falei. Não lembro. Ah, era sobre tua colocação sobre megalomania. Viramos heróis de nós mesmos.
A: Agasalhar o nosso ego. Ansiedade. Você falou da megalomania?
G: Vou suprimir essa parte.
A: Nossa cabeça é assim, e tem pessoas que entendem isso. É muito louca a música clássica. O nosso ego tá com frio, tem que dar uma esquentadinha nele.
G: Gin com tônica.

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